quinta-feira, 14 de agosto de 2014

1. O que acontece quando um candidato morre?
A morte trágica do candidato à presidência pelo PSB, Eduardo Campos, em um acidente de avião em Santos (SP) na quarta-feira (14), deixou políticos (e a população de uma maneira geral) em choque. Apesar do luto e do respeito às famílias dos sete mortos na tragédia, foi inevitável se perguntar quais seriam os rumos da corrida eleitoral com essa mudança inesperada.
De acordo com a legislação brasileira, o partido tem um prazo de até 10 dias corridos para escolher um substituto a partir da data da morte. Como o site de ÉPOCA mostrou, a data final para o anúncio do novo candidato é no dia 23 de agosto, sábado. O partido já informou que só decidirá após o enterro, que ainda não tem data marcada.
2. Luto oficial
Dilma Rousseff (PT) se manifestou como presidente e candidata à reeleição sobre a morte do colega. A petista declarou na quarta-feira (14) luto oficial por três dias e suspensão de sua campanha pelo mesmo tempo. “Eu quero dizer que, hoje, o Brasil está de luto e sentido, com uma morte que tirou a vida de um jovem político promissor”, disse a presidente.
3. Homenagem no ar
O candidato pelo PSDB, Aécio Neves, foi o primeiro a se manifestar sobre a morte do adversário político, mas "grande amigo". A reportagem de ÉPOCA acompanhava o tucano, que desembarcava em Natal (RN) quando soube do acidente. Ele cancelou todos os compromissos de campanha e foi para São Paulo. Para Aécio, a quarta foi um "dia de tristeza para todos que acreditam na boa política”.
Segundo a Folha, o candidato disse a aliados que gravará uma homenagem ao político morto a ser exibida em seu primeiro programa durante o horário eleitoral gratuito, que começará a ser exibido na terça (19).
4. Por mais tempo de luto

O candidato do PV à presidência, Eduardo Jorge, entrou com um pedido no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para que a propaganda eleitoral obrigatória em rádio e TV fosse adiada em três dias. A estreia está marcada para o dia 19 de agosto. Segundo o G1, o ministro Dias Toffoli, presidente da Corte, afirmou que só poderia considerar o pedido caso houvesse uma solicitação consensual de todos os partidos que disputam o cargo.
5. Apoio fraterno
O luto não impediu que o único irmão de Eduardo Campos, Antônio, se manifestasse em favor de Marina Silva. Para o advogado, a ex-senadora deve substituir o irmão como candidata à presidência pela coligação Unidos Pelo Brasil liderada pelo PSB. Em carta pública ele disse que essa seria "a vontade de Eduardo”. Leia a carta na íntegra.
6. Escolha de muitos
A escolha por Marina Silva não é apenas do irmão. Desde a morte de Eduardo Campos, muitos grupos também apostam que a ex-senadora será escolhida para substituí-lo. O PSDB paulista acredita que seja ela a candidata a presidência e um psbista como vice. Aliadosanalistas financeiros também a veem como a escolha mais possível. O senador Magno Malta (PR-ES) ainda disse que a nova candidata agradaria evangélicos. O diretor do instituto de pesquisas baiano Dataqualy, Carlos Martins, foi além e disse que "se assumir a candidatura à presidência pelo PSB, Marina Silva só precisará de dez dias para superar as intenções de votos que eram de Eduardo Campos". 
7. A voz do povo
Para saber como exatamente a tragédia afetou o cenário político, o Datafolha já trabalha em uma nova pesquisa de opinião com dois cenários: um sem a coligação de Campos, e outro com a sua candidata a vice, Marina Silva, encabeçando a chapa. Segundo O Globo, o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, afirma que o episódio não tem precedente. “É algo inédito. Já era uma eleição cuja máxima era imprevisibilidade. Diante deste trágico episódio, vamos ver como vai ser o primeiro impacto no cenário.” O resultado será divulgado na segunda-feira (14).
8. Antecipando os fatos
Enquanto muitos se manifestam, o ex-presidente Lula prefere não tratar de política. "Obviamente que mudou a conjuntura política e eu não sei qual o tamanho do impacto. Vamos esperar enterrar o companheiro Eduardo e os companheiros que estavam com ele e aí depois nós voltamos a falar da política", disse o ex-presidente segundo o G1.
9. Ameaça para quem?
Não queremos antecipar fatos, maaaas se Marina Silva (PSB) entrar mesmo na disputa para a Presidência os primeiros colocados vão ter que mudar os planos de campanha. O novo cenário pode diminuir a chance de Dilma Rousseff (PT) ganhar a reeleição no primeiro turno, segundo análise do editor de ÉPOCA Alberto Bombig. Para o tucano Aécio Neves (PSDB) isso seria algo bom, a não ser que a nova candidata passasse a contar com mais do que 20% do eleitorado que conseguiu em 2010, quando se tornaria um risco para ele. 
De todo modo, antes de se preocupar com o efeito que terá nos adversários, Marina terá que se acertar com os aliados e garantir que manterá os acordos regionais fechados por Campos.
10. Sucessor político
Além de alterar a corrida eleitoral pela presidência, a morte de Eduardo Campos deve mudar a disputa pelo governo de Pernambuco. No Estado, que foi governado pelo neto de Miguel Arraes por dois mandatos, a comoção pela morte trágica pode beneficiar seu afilhado político, Paulo Câmara (PSB). "O sentimento em Pernambuco é de comoção e de homenagem. Essa gratidão e reconhecimento a Eduardo Campos beneficiam o candidato dele a governador do estado. Paulo Câmara virou favoritíssimo", disse Eduardo da Fonte ao colunista Felipe Patury.

0 comentários :

Postar um comentário