segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Uma forte explosão na estação de metrô Escola Militar, em Santiago, deixou sete feridos, em um ato denunciado pelo governo chileno como "terrorista".
"É um ato que tem todas as características de um ataque terrorista, sem dúvida", disse à imprensa o porta-voz do governo, Álvaro Elizalde.
A detonação aconteceu às 14h15 locais (horário de Brasília) em uma área de alimentação na hora do almoço. Segundo as primeiras informações citadas pela imprensa, o artefato foi feito com um extintor e um dispositivo de relojoaria e colocado dentro de uma lata de lixo.
Segundo o vice-ministro do Interior, Mahmud Aleuy, nenhum dos feridos corre risco de morrer.
"Ouvi um barulho forte e senti cheiro de pólvora", explicou à AFP Hernán Capdeville, que estava entre as milhares de pessoas que passam diariamente pela Linha 1 do metrô, a mais movimentada da capital.
"Foi horrível. Uma mulher ficou caída. Os fregueses saíram todos correndo sem pagar, deixando a comida nos pratos", disse à AFP Rosa Valdés, que trabalha em um restaurante na estação atingida.
As linhas de metrô continuaram funcionando normalmente, embora a polícia tenha suspendido temporariamente a parada na estação Escola Militar. A perícia já iniciou seu trabalho para determinar a origem do artefato e suas características.
De acordo com o Ministério do Interior, os suspeitos são dois jovens que teriam fugido em um veículo.
A presidente Michelle Bachelet suspendeu sua agenda e convocou uma reunião de emergência em La Moneda.
Ato terrorista
Até agora, nenhum grupo assumiu a autoria do ataque. O governo garantiu que invocará a Lei Antiterrorista contra os responsáveis.
"O governo não vai descansar até o último dia para que essas pessoas sejam condenadas o quanto antes. Essas pessoas que tentaram assassinar chilenos inocentes", afirmou o ministro do Interior, Rodrigo Peñailillo.
Mais de 100 explosões de artefatos de fabricação artesanal aconteceram nos últimos cinco anos no país, mas até então haviam causado apenas prejuízos materiais, sem feridos em estado grave.
Entre os alvos, estão caixas eletrônicos, bancos, estádios, embaixadas e restaurantes.
Inicialmente, os atos eram reivindicados por grupos que usavam nomes de antigos anarquistas.
Nos últimos meses, esse tipo de ataque voltou a ocorrer e, pela primeira vez, uma bomba foi colocada em um lugar de grande movimento.
Em 14 de julho passado, um artefato explodiu em um vagão de metrô já vazio. Embora não tenha deixado feridos, o incidente ativou os alarmes do governo, que reforçou a vigilância. Um promotor foi designado para se dedicar exclusivamente à investigação dos ataques.
De acordo com o promotor especial Francisco Bravo, o artefato detonado nesta segunda é similar ao instalado em julho no vagão de metrô da mesma linha.
Já o presidente da Renovação Nacional, Cristian Monckeberg, da oposição, comentou que essa situação "poderia ter sido evitada" e advertiu que "há um padrão que está se repetindo" nesse tipo de atentado.

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