domingo, 21 de dezembro de 2014

O Presidente dos EUA, Barack Obama, voltou a falar sobre o ataque informático à Sony Pictures reiterando a responsabilização da Coreia do Norte, a sua discordância com a suspensão do filme e dizendo à CNN que tudo se trata de “um acto de cibervandalismo”, afastando a ideia de que se tenha tratado de um "acto de guerra". Contudo, Pyongyang manteve o tom belicista este domingo, ameaçando a Casa Branca, o Pentágono e outros alvos americanos se os EUA agirem contra o país ao qual imputam responsabilidade pelo gigantesco hack.

Numa entrevista transmitida este domingo no programa State of the Union da CNN, Obama voltou a criticar a decisão da Sony de suspender a estreia de The Interview sob pressão dos hackers que desde 24 de Novembro atacam o estúdio. Dizendo compreender a posição de uma empresa privada na sequência das ameaças e do recuo dos exibidores em relação à exibição da comédia de Seth Rogen sobre uma tentativa de assassinato de Kim Jong-un, o líder norte-coreano, o chefe de Estado voltou a frisar: “Se eles tivessem falado directamente comigo sobre esta decisão, eu podia ter ligado aos exibidores e aos distribuidores e ter-lhes-ia perguntado o que se passava”.

Na conferência de imprensa de sexta-feira, Obama classificou a suspensão do filme como “um erro” da Sony Pictures, o que levou o seu CEO Michael Lynton a esclarecer, também na CNN, que o recuo crescente dos maiores e dos pequenos exibidores em acolher a estreia do filme forçou o estúdio a retirá-lo totalmente do mercado. Os exibidores começaram a declinar The Interview depois de uma mensagem dos hackers intitulados Guardians of Peace ter aludido aos atentados de 11 de Setembro e ameaçado os espectadores da sátira.

Para Obama, o problema da decisão, que já foi descrita como “capitulação”, é o precedente criado ao ceder a exigências sob ameaça ou sequestro. “Se criarmos um precedente em que um ditador num outro país pode perturbar os produtos ou a cadeia de distribuição de uma empresa através de ciber[ataques], e se como consequência disso começarmos a censurar-nos, isso é um problema”, disse o chefe de Estado norte-americano à CNN. Esclarecendo que o que é importante é “não sugerir que a Sony foi um mau agente” mas sim “explicar que todos temos de nos adaptar à possibilidade de ciberataques” e que “é necessário fazer muito mais para nos protegermos deles”.

Entretanto, também este domingo, a Comissão Nacional de Defesa norte-coreana voltou a negar responsabilidades no ataque informático e, citada pela agência oficial norte-coreana, disse que o exército e o povo norte-coreanos estão "prontos para uma confronto com os Estados Unidos em todos os espaço de conflito, que incluem os espaços de ciberguerra".

"O nosso ataque mais duro será audaciosamente perpetrado contra a Casa Branca, o Pentágono e todo o continente americano, a fossa do terrorismo, que ultrapassará largamente o 'contra-ataque simétrico' anunciado por Obama", disse ainda o organismo, citado pela AFP. Que acrescenta que a administração Obama está "profundamente implicada" no projecto de The Interview. Já em Junho, a carta enviada sobre o tema pelo embaixador da Coreia do Norte ao secretário-geral da ONU considerava que deixar estrear o filme era patrocinar um acto de guerra. Sobre os hackers, volta a negar saber quem são os autores de uma "acção justificada.
Fonte: publico.pt

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